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Provas de Cunho e Ensaios Monetários

Assim como existem Modelos e Espécimens de cédulas, existem Provas e Ensaios de moedas que têm a finalidade de avaliar o metal, cunho e design de um determinado exemplar. 

O Ensaio Monetário é o primeiro estágio da criação de uma moeda e muitas vezes não tem nada a ver com o produto final.

A Prova é, em sua grande maioria, exatamente igual a própria moeda, e serve para realizar os testes finais relacionados ao cunho e metais utilizados para a confecção. A partir do momento em que uma Prova é aprovada, depois de minuciosa avaliação, começa a produção das moedas.

Em alguns casos, Provas ou até Ensaios são difíceis de serem identificados devido a grande semelhança às próprias moedas e por não levarem a inscrição "PROVA" ou "ENSAIO MONETÁRIO". Não identificamos um padrão para a cunhagem destas peças.

Pouca ou quase nenhuma literatura pode ser encontrada a respeito de Provas e Ensaios Monetários. Fica a nossa pequena contribuição para o assunto.

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Carimbo de Escudete‏            

"Contramarcar moedas tem sido, ao longo do tempo, principalmente durante períodos turbulentos como guerras e revoluções, ou em momentos de crise econômica, um recurso muito utilizado por governantes e monarcas.
Serve também para nacionalizar moedas ou para homogeneizar um sistema adequando o valor intrínseco ao nominal (extrínseco) ou seja, o peso das moedas ao seu valor facial." Escreve Rodrigo Maldonado em sua monografia "Carimbo de Escudete".

Em 1799, D. João mandou reduzir pela metade o peso das moedas de cobre que circulavam em Portugal, cunhando moedas de III, V, X e XX réis com módulos reduzidos e pesando a metade das moedas de mesmo valor facial em circulação, quebrando o padrão monetário da época. O motivo da decisão de D. João ainda gera debates entre numismatas com diferentes opiniões. Mais tarde no Brasil, a medida tornou nescessária a criação de uma contramarca, ou carimbo, para homogeneizar e facilitar o sistema monetário circulante.

Com o alvará de 18 de abril de 1809, o chamado "Carimbo de Escudete", pois levava as armas ou escudo português, igualou a moeda colonial antiga em valor facial e peso à nova moeda de cobre com módulo e peso reduzidos. Desta forma as moedas coloniais anteriores à 1799, passaram a valer o dobro do valor. Moedas de X (10) réis passaram a valer XX (20) réis,  XX (20) réis passaram a XL (40) réis e XL (40) réis passaram a LXXX (80) réis. Com o "Carimbo de Escudete", uma moeda de X réis passa a ter o mesmo valor e peso de uma moeda de XX réis do novo padrão monetário.

Obs: por motivos desconhecidos, a moeda de V (5) réis do antigo padrão não foi mencionada no alvará mas também foi carimbada aumentando seu valor para X (10) réis e, curiosamente, moedas datadas pós 1799 e anteriores à 1808, do novo padarão monetário, também foram contramarcadas com o escudete. Em meio a diversas opiniões sobre o assunto, como poucas peças são encontradas carimbadas, preferimos pensar que isso ocorreu possivelmente por engano, pois em meio as diversas moedas que circulavam na época em que o alvará foi publicado, algumas destas moedas foram contramarcadas acidentalmente.

Por determinação do mesmo alvará, as moedas de prata (Jotas), com valores de 75, 150, 300 e 600 réis, também foram contramarcadas e passaram a valer 80, 160, 320 e 640 réis respectivamente, igualando-se às patacas que circulavam na época.

julius

O Pai da Numismática no Brasil

Hermann Friederich Julius Meili nasceu em 13 de Março de 1839, em Hinwil-Hettingem, no cantão de Zurich, na Suíça. Chegou ao Brasil em 1870, foi Cônsul da Confederação Helvética na Bahia, de 1875 até 1881. Deixou o Brasil de volta a sua terra natal em 1892. Durante os anos que viveu no Brasil, conseguiu juntar uma das mais completas coleções de medalhas, moedas e notas brasileiras. Esta coleção foi o cerne para seus estudos da numismática e medalhística nacionais.

A importância de suas obras para a numismática luso-brasileira está mais do que comprovada pelos colecionadores e pesquisadores de cédulas e moedas. Os estudos de Julius Meili tornaram-se referência no meio numismático. Mais do que seu valor histórico - que já é enorme - os trabalhos de Meili representam o início da numismática nacional com propósito científico, por meio do estabelecimento de normas e técnicas de pesquisa.

Especificamente sobre o Brasil, Julius Meili divulgou seus conhecimentos em dois conjuntos de publicações. Sob o título Numismatiche sammlung von J. Meili (Coleção Numismática de Julius Meili), encontramos três livros: Die Münzen der Colonie Brasilien1645 -1822 (Zürich, 1895); Dize Münzen des Kaiserreichs Brasilien 1822 bis 1889 (Zürich, 1890); e Die auf das Kaiserreich Brasilien bezüglichen Medaillen 1822 bis 1889. Este último (As medalhas referentes ao Império do Brazil, de 1822 até 1889) foi escrito no Brasil, porém em alemão, e impresso em 1890, em Zurich, e é totalmente dedicado à medalhística, contendo imagens de medalhas comemorativas raríssimas, bem como das condecorações militares do reinado de D. Pedro I e também uma completa relação de medalhas e condecorações do Segundo Reinado.

O segundo conjunto de publicações trata-se do livro Das Brasilianische Geldwesen ou O Meio Circulante no Brasil, publicado em três volumes entre 1897 e 1905. Os dois primeiros escritos em alemão e o último em português. A obra registra, de 1645 até 1900, as moedas e cédulas conhecidas na época, com preciosas ilustrações.

Bibliografia: O meio circulante no Brasil - Parte III - A moeda fiduciária no Brasil de 1771 a 1900. Julius Meili, Edições do Senado Federal Volume 60

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Você Sabia que algumas notas de real podem valer muito além do seu valor de face? 
A Revista Mundo Estranho da Editora Abril explica para você! Com o intuito de difundir a Numismática, a Brasil Moedas colaborou com a matéria cedendo informações e imagens de nosso acervo.

Descubra as curiosidades das Notas de Real!

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Você conhece a trajetória do dinheiro no Brasil desde antes de sua criação?

 

Confira a interessante publicação do Banco Central do Brasil sobre os tópicos mais relevantes abordados na exposição sobre o dinheiro no Brasil, em exibição no Museu de Valores em 2003. Ela resume a história e trajetória do nosso dinheiro de maneira clara e fácil leitura, acompanhada de ilustrações e imagens de moedas e cédulas de todas as épocas.
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História através das Medalhas.

O setor de Medalhística é, sem dúvida, um dos ramos mais interessantes da Numismática.

Com pouca literatura sobre o assunto, o iniciante sente alguma dificuldade para iniciar sua coleção, mas não é por isso que ela não seja igual ou até mais interessante do que colecionar moedas e cédulas. A coleção de medalhas também pode ser feita por época, tema, tipo de metal ou qualquer outro assunto que motive o colecionador a tentar fechar uma coleção.

Com caráter comemorativo, premial, artístico ou religioso, as medalhas têm maior quantidade de informações gravadas do que as moedas. Isso torna mais fácil a identificação de um acontecimento históricocomo por exemplo, a medalha "Água em seis dias".

Com a falta d'água que atacou a capital Rio de Janeiro devido a um problema de abastecimento que já causava algumas epidemias pela falta de higiene, o professor da Escola Politécnica do Rio, Paulo de Frontin, aceitou o desafio publicado no jornal "Diário de Notícias", de abastecer a cidade em 6 dias. Devido a proeza alcançada, recebeu a medalha onde pediu para gravar a frase:
"Confiança na sciencia e no trabalho nacional."

"A "História não é letra morta; através dela compreende-se o presente para melhor planejar-se o futuro, e, nada melhor para estudar-se a história de um país, do que pelas suas medalhas".
Esta frase foi retirada do "Catálogo das Medalhas da República" editado em 1965, pelo autor Kurt Prober, em contribuição aos fetejos do IV Centenário do Rio de Janeiro, como uma homenagem do Banco Econômico da Bahia.  

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Coleção "Notas e Moedas do Mundo" da National Geographic

A National Geographic lançou no mês de outubro de 2011, o primeiro fascículo, de um total de 17, de uma interessante coleção para a família, chamada "Notas e Moedas do Mundo", no qual nós da Brasil Moedas só temos a comemorar quanto a esta iniciativa.

A coleção inclui peças autênticas de 5 continentes, onde cada fascículo corresponde a um país com suas devidas notas e moedas correntes e história.

Esta iniciativa confirma que, com a numismática, você não só aprende história como preserva os bens culturais do patrimônio humano, fazendo investimento.

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O Patacão

Com a fuga da família Real Portuguesa das tropas de Napoleão, D. João VI chega ao Brasil em 1808, trazendo moedas para sobrevivência de sua corte. Com a necessidade de pagar as altas despesas de sua família e corte presentes no Brasil, D. João mandou carimbar os pesos castelhanos (8 reales), que havia trazido, com a contramarca no valor de 960 réis, aumentando o valor dessas moedas de 800 para 960 réis provisoriamente.


Com o alvará de 20 de novembro de 1809, as Casas da Moeda do Rio e da Bahia foram autorizadas a fabricar e cunhar a moeda de 960 réis em cima das moedas de 8 reales, ao invés dos carimbos que não cobriam totalmente as descrições da moeda base, os 8 reales.


Assim nasce o "Patação". A moeda de 960 réis, tão apreciada e colecionada pela maioria dos numismatas.

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Quando surgiu o Real

Em 1º de julho de 1994, foi instituído o Real. Uma URV (Unidade Real de Valor) foi fixada em CR$ 2.750,00 e equivalia a Um Real. O Banco Central do Brasil determinou a substituição de todo o dinheiro em circulação. Foi uma das maiores trocas de numerário de que se tem notícia no mundo, levando-se em consideração as dimensões continentais do Brasil e o curto espaço de tempo em que ocorreu.

(fonte: Banco Central do Brasil).

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FAO Money é a primeira edição internacional em 2.500 anos da história Numismática ou monetária com um tema comum em todo o mundo: Alimento para Todos. Desde os tempos da Grécia antiga, os países têm cunhado símbolos agrícolas. Mas diante o crescimento acelarado da população mundial ela assumiu uma nova importância. Em 1968, em resposta a este desafio, a FAO Money lançou um programa usando a moedas nacionais unicamente para comunicar explicitamente a necessidade de aumentar a produção de alimentos agrícolas.

Até à data mais de 75 países emitiram moedas com a mensagem Alimento para Todos, e mais de 1.800 milhões de moedas estão em circulação. Como símbolos de Bancos Centrais e Ministérios das Finanças as moedas já representam um importante compromisso nacional para o desenvolvimento agrícola. Além disso, eles levam uma mensagem pequena, mas insistente, que passará de mão em mão durante o período de uma geração com um lembrete constante da necessidade de cultivar mais alimentos.

 (fonte: FAO - Food and Agriculture Organization of The United Nations).

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Criação da Série dos Escudos

No final do século XVII, as principais grandes jazidas de ouro foram descobertas no Brasil na região de Minas Gerais. Era o começo do Ciclo do Ouro, que tornou o Brasil o maior produtor mundial do metal no século XVIII.

A descoberta do ouro na época impulsionou a criação da Casa da Moeda de Minas Gerais (1724), e a cunhagem das primeiras moedas com matéria prima nacional.

Em 1727, foi criada a série dos escudos, nos valores de 400, 800, 1.600, 3.200, 6.400 e 12.800 Réis. Estas foram as primeiras moedas cunhadas no Brasil com a efígie do Rei (fonte retirada da obra do Museu de Valores do Banco Central do Brasil, 1988 em parceria com o Banco Safra).